Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Conselhos para sobreviver à escola


Filha, sei que você é uma menina esperta e vai aprender muita coisa nessa caminhada escolar, mas queria te dar alguns conselhos, baseados é claro nas minhas frustrações e alegrias dessa fase.

Para começar, não se preocupe, vou explicar para sua professora que você gosta de beber bastante água, que você não come mamão e que quando seu dente está nascendo você fica mesmo muito ruim para comer. Vou dizer a ela que você é uma menina tranqüila, e muito sorridente quando está bem. Então, se por ventura alguma vez você estiver chorando, assim à toa, pode procurar que alguma coisa não está bem. Vou explicar que você chupa dedo e dorme de bruços e você não terá problemas quanto a isso.

Filha, eu sou aquela que tinha medo até de responder à chamada e que não gostava de brincadeiras coletivas. Não seja tímida como a mamãe, sob a pena de ter uma única amiga durante todo o ensino fundamental. Sabe... respire! Abra a boca, converse e não tenha medo de ser feliz! Mas também, saiba ficar quieta e prestar atenção à professora quando for a hora, sob o risco de, como eu, ser algumas vezes retirada da sala de aula por conversar demais no ensino médio.

Aproveite, brinque, não fique nunca sozinha na hora do recreio. As amizades da escola, se bem cultivadas, tendem a durar a vida inteira!

Não falsifique a assinatura do seu pai ou da sua mãe no boletim, nós sempre acabamos descobrindo suas más notas ou advertências. Já dizia minha mãe, “mentira tem perna curta”. Não ligue se o seu material ou mochila não é aquele da moda, de marca, com brilhos, que pisca e falta bater palma. Isso não é o mais importante... aos poucos você vai perceber isso.. e vai perceber também que seus amigos se importam mais em correr no pega-pega na hora do recreio do que com o tênis que você está usando.

Parece óbvio, mas quero ressaltar: não coloque bombas no banheiro, não faça bulling, não exclua nenhum coleguinha das brincadeiras, não mate aula, não cole, não jogue ninguém na lixeira, não desobedeça a professora, não copie a tarefa de ninguém... você é suficientemente inteligente para fazer a sua sozinha! Aprenda muito, aprenda tudo... esse é o único legado que eu tenho certeza que posso te deixar: os estudos!

Ufa... será que já foi tudo? Ah, não esqueci... seja feliz querida! Seja muito feliz, se suje, esfole os joelhos na queimada, venha me mostrar seus desenhos e volte para a casa com o tênis sujo e o cabelo todo desgrenhado de tanto brincar! Essa é uma etapa maravilhosa da vida! E trará as melhores recordações da infância... que só não conseguem ser superadas pelas tão esperadas... férias!!!

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Beleza Real

Em uma época em que cada dia mais somos bombardeadas por corpos perfeitos, barrigas tanquinhos e bundas empinadas, uma fotógrafa americana fez um belíssimo trabalho fotografando corpos reais, de mulheres como nós.
É um projeto de auto estima e respeito a estes corpos após passarem pela incrível jornada da maternidade.
A fotógrafa, Jade Beall, que tem um filho de 16 meses, diz que o conceito tem raízes em questionamentos que a assombram pela vida inteira e pegaram mais fundo particularmente depois que ela deu a luz.

“Quando eu era adolescente, eu sofria de sentimentos de profundo desprezo por mim mesma. Eu tinha acne, e fui incapaz de olhar para um espelho por quase três anos… Eu engordei 25kg na gravidez e isso acumulou com minha história de falta de auto estima, em uma cultura que louva imagens “photoshopadas” de mulheres na mídia. Estamos vivendo uma epidemia de mulheres que acreditam que não podem ser consideradas belas. Os desafios enfrentados por mulheres que tiveram filhos são particularmente mais difíceis. Fazer com que as mães se envergonhem por não voltarem rapidamente ao seu corpo de antes da gravidez causa sentimentos de fracasso, quando ser mãe já é desafio suficiente e quando muitas de nós já viveram uma vida inteira sentindo-se feias antes mesmo de termos nossos filhos.” ela diz. 



 

 


Belíssimo trabalho!

domingo, 4 de agosto de 2013

14 meses de Anastácia!


Enfim, chegamos aos 14 meses. No início eu pensava em escrever mês a mês o desenvolvimento dela, mas a correria do dia a dia não deixou. Além disso, sou mais de escrever filosofando sobre sentimentos e não consigo ser assim tão prática, para contar nossas coisas do dia a dia.

Mas considerando que esta é também uma forma de registrar um pouco dessa nossa vida de cada dia, me esforço, pois sei que esse blog ao final será um lindo livro sobre nossas vidas!

Então vamos lá, Anastácia no alto dos seus 14 meses é um docinho. E não é porque sou mãe coruja não.

Ela se desenvolveu muito, deu uma esticada, perdeu um pouco as bochechas e a cara de bebê e cada dia mais tem cara de criança. Adora conversar na língua dela, fala o dia inteiro quando estamos em casa, fala com a gente, fala com os brinquedos, com as portas dos armários, enfim.. com tudo! E ninguém entende nada ainda. Praticamente nenhum fonema consciente, ou palavra devidamente construída. Mas expressa suas vontades de forma muito clara, quando quer quer, quando não quer não quer, e dá bem para entender isso.

Em geral, é muito amável com as pessoas, sorridente e tal. Mas também já demonstra seus gostos. Quando chega alguém que ela já é acostumada, ela se abre e joga os braços, os sorrisos e se entrega. Quando não, ela fica olhando assim meio desconfiada e aos poucos vai fazendo amizade... a mesma coisa quando vamos para uma casa diferente, ou saímos para algum restaurante... ela fica observando na dela por um tempo para depois que sentir confiança começar a explorar os espaços e pessoas.

Esse mês ela sairá do berçário em que esteve desde os 6 meses para ir para uma escolinha “maior”, onde atendem toda a educação infantil. Acho que será uma fase de adaptação, pessoas diferentes, amiguinhos diferentes, rotina diferentes. Espero poder dar a ela uma vida escolar tranqüila, em que não precise ficar mudando muito de escola, porque acho isso um saco.

Minha vida inteira estudei na mesma escola, o ambiente me era familiar, aconchegante, desde a diretora, professores e o pessoal da limpeza me conheciam pelo nome. A maioria dos amiguinhos de escola passavam de uma série para outra juntos comigo. E alguns deles ainda estão na minha vida, estiveram no meu casamento, acompanharam com alegria o nascimento da minha primeira filha e estão por aqui nesses ambientes virtuais mantendo esses laços tão antigos. Isso sempre me passou uma estabilidade e tranqüilidade e acho que é essencial para o desenvolvimento escolar. Não deve ser fácil ficar pulando de escola em escola, ter sempre que reconstruir esses laços com o local e as pessoas... por isso peço sempre a Deus a sabedoria de poder escolher um lugar legal para ela. Pretendemos que ela fique nessa escola até a pré-escola e depois acharmos uma escola boa para o primeiro ano em diante.

A Anastácia ainda não anda. Nesse aspecto ela é um pouco “descansada”... rsrsrs... mas ultimamente tenho pensado “vai andar a vida inteira, pra quê pressa??”. Ela já anda apoiada em objetos e já tenta ficar em pé sozinha. E acho que até o fim do mês de agosto ela já deve estar rebolando por aí. 

Há alguns dias atrás ela deu sua primeira birra. Acho que são os famosos “terrible twos” chegando por aqui... Ela aprontou um berreiro, se jogando pra trás, gritando e etecetera só porque eu tirei ela da mesa e levei para o sofá da sala. Não tinha fome, não tinha coco, não tinha sede... nada... era a mais pura birra! Um saco. E nós contornamos como dava, ignorando e tentando conversar e explicar pra ela que não precisava chorar por causa daquilo e que ninguém iria ficar mimando ela porque aprontou aquele berreiro. Depois de uns bons minutos ela ficou ao meu lado no sofá e foi aninhando sua cabeça no meu colo, soluçando de tanto chorar, começou a chupar o dedo e foi se acalmando.

Não sou adepta de nenhuma teoria de como educar filhos, tipo super nanny, ou encantadora de bebês e tal... Acho que aos poucos a gente vai construindo nosso jeito de colocar limites e adestrá-los educá-los. A melhor forma é educar com amor, seguindo um pouco dos nossos instintos... pois no fundo o coração da gente guia nossas ações.

E assim tem sido a vida por aqui.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Ideias de painel para aniversário: o que colocar atrás de mesa do bolo?

Na maioria das vezes ao organizar a festa dos filhotes, temos muitas dúvidas sobre o que colocar atrás da mesa do bolo.
Afinal, é isso que vai sair na maioria das fotos! 
Então aqui vão dicas simples, no estilo Faça você mesmo... as imagens foram retiradas da internet.

1. Lanternas japonesas:

2. Painel de fitas: muito fácil de fazer, pode ser feito assim, bem colorida, ou então nas cores tema da festa.
As bandeirinhas no topo também ficam ótimas, são bandeirinhas de tecido mesmo!
E também uma "placa" com o nome e idade do aniversariante! Ótimas ideias nessa imagem!

3. Pompons de papel de seda! Você pode fazer em casa! Um luxo de praticidade.

4. Painel de fotos: lindo, todo mundo ama! Pode ser uma retrospectiva, com várias fotos do aniversariante, ou então um ensaio fotográfico feito especialmente para a festa.


Esse foi o painel que fiz no aniversário da Anastácia, mistura de várias ideias do que pesquisei na internet.
Essas bolas são tipo flocos de neve e eu adoro usar na decoração, usei também no Natal aqui de casa.
As fotos foram do ensaio que fizemos em casa para o 1 ano delas... e arrematei com fitas de cetim!
Espero que tenham gostado!!


quinta-feira, 25 de julho de 2013

O melhor presente


O melhor presente do mundo, não é aquele brinquedo que brilha, pisca e anda sozinho. Não é aquela super moto elétrica de oitocentos reais. Nem aquela Barbie que fala, anda, dança balé e faz natação.

O melhor presente do mundo para uma criança, é outra criança para ela brincar! Por isso, peço encarecidamente a todos, inclusive a mim mesma, dê um irmão para seu filho!

Não que eu seja defensora daquelas teses de que filho-único é mimado e não sabe repartir. Acho que isso depende muito mais da criação, da forma como os pais ensinam valores ao filho do que o simples fato dele ser filho-único.

Mas, dar um irmão é dar lembranças únicas. As lembranças mais fortes da infância.

Como daquela vez em que ele te protegeu na escola, ou então que guardou seu lugar no anfiteatro. Ou até mesmo que você se machucou e ele foi te ver na enfermaria da escola. Alguém com quem andar de bicicleta, empinar pipa e fazer cabaninha com as cadeiras da cozinha.

É dar alguém em quem por a culpa de vez em quando. Alguém em quem bater ou puxar o cabelo (faz parte! Rsrsrs) e a quem se abraçar quando estiver com medo.

É acabar de vez com aquela desculpa de que não vai na festa porque não vai ter nenhuma criança lá. Seu irmão vai também!

É dar um amigo que estará presente praticamente 24 hs por dia. E o melhor que pode ir dormir na casa dele todos os dias! E nem precisa ficar pedindo para a mãe dele... Alguém a quem se abraçar caso acorde de um pesadelo e ainda repartir a cama para que ele não tenha mais medo.

Dar um irmão, é dar uma identidade durante o período escolar: - Você conhece a fulana? – Qual fulana? – A fulana irmã da ciclana!

Dar um irmão é dar ao seu filho a possibilidade de ter sobrinhos. Sobrinhos a quem mimar, levar ao cinema e não ter compromisso nenhum!

É dar aos seus futuros netos, a possibilidade de ter primos!

Dar um irmão, é dar um igual, com o qual ele poderá se abraçar no futuro no derradeiro momento de enterrar juntos um pai ou uma mãe. E juntos chorarão essa dor única, e neste momento só um saberá como o outro estará se sentindo, e mais ninguém.

Dar um irmão é ensinar que a vida é muito mais divertida com o outro do que sozinho.

Por isso, esqueça todo aquele enjôo que você sentiu na gravidez, esqueça a dor do parto, as noites a fio sem dormir, as papinhas cuspidas na sua cara durante a introdução aos alimentos, a dor nas costas ao correr a tarde toda atrás da criança no shopping... esqueça tudo isso e força na peruca!

Você, e digo isso para mim também, é capaz de fazer isso por seu filho!

E no final as alegrias da maternidade são tão realizadoras que merecem ser repetidas com louvor! Para honra e glória do Senhor! Amém!

 

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Por uma maternidade mais livre!

(Anastácia com cara de: - Hã?!? A culpa é de quem?!?!)
 
Sei que ainda estou começando nesse terreno de maternidade, mas eu tenho uma tese e tenho certeza que todas as mães irão concordar comigo. Contra fatos não há argumentos: ser mãe é conviver cotidianamente com a culpa.

Sim, com a culpa! Essa de quem eu sempre escapei, com quem eu sempre achei que não ia me envolver nunquinha nessa vida. Pois é, sempre tive muito orgulho de ser bem resolvida com minhas decisões e atos... mas depois de ser mãe, essa tal de culpa às vezes consegue um espacinho e entra!

Já começa na gravidez... não pode isso, não pode aquilo... “você engordou 16 kg?”... “vai querer parto normal?”.... “você está tomando coca-cola?”... “você vai viajar com nove meses? E se o bebê nascer no meio da estrada?”... e por aí vai.. por aí foi...

Tomei coca-cola a gravidez inteira, apesar de ter diminuído bastante o consumo, não consegui parar totalmente, mas toda vez que eu pedia uma Coca ouvia um monte, ficava com aquela tal de culpa martelando na minha cabeça. Anastácia nasceu normalzinha da Silva... além disso não há uma só pesquisa que comprove os malefícios da Coca-Cola durante a gravidez, pelo menos não há no Google.. rsrsrs.

Então, por favor, exceto se essa for uma recomendação do obstetra, deixem as coitadas das grávidas tomarem sua coca em paz!

 Junto com o parto vem mais um monte de culpa. Se o parto foi cesáreo, a mulher se culpa por ter tido medo de tentar o normal, sente culpa se não entrou em trabalho de parto, por não esperar o tempo do bebê, sente culpa se o parto não foi humanizado, se o bebê não pode ir ao peito ao nascer, se o leite não desceu... eu já vi mulher se sentir culpada por não ter chorado no parto!! E desde quando é obrigatório chorar? “Ah, mas que insensível, nem chorou...”.

Por favor, me poupem.

Mas não acabou: culpa se o bebê não ganhou peso, se o bebê não dorme a noite inteira, se tem cólicas (você deve estar comendo alguma coisa que está dando cólicas nele!), culpa por se sentir cansada (tem que estar sorridente e realizada sempre!)...

Ah, tem culpa suficiente para os 6 meses de licença-maternidade!

 - Sua filha chupa dedo? Não pode!
- Sua filha ainda não anda? Você não estimula ela?
- Você ainda não conseguiu perder os kgs da gravidez?
- Ele dorme de bruços? Não pode, vai morrer no meio da noite!
- Chupa chupeta? Tira logo, vai ficar com o dente torto!
- Você dá papinha industrializada? Faz mal!
- Congela papinha?? Não pode! Tem que fazer na hora!

E, não se preocupe, acabando a licença-maternidade, você recebe mais um bocado de culpa de presente!

 - Como você tem coragem de deixar que outras pessoas criem seus filhos?
- Você trabalha fora?
- Sim.
- E ele fica o dia todo na escola?
- Sim.
- Ai, que dó!
- Que pena que você tenha que trabalhar…
- Ela fica na creche? Coitada! Vai viver doente!
- E não tem jeito de você ficar com ela?
- Assim é fácil colocar filho no mundo, para os outros criarem!

E deve ter mais um monte de culpa que eu nem conheço e nem quero conhecer!

E sabe de quem é a culpa disso? De nós mesmas, mães e mulheres, dessa patrulha louca que adora comparar um filho com o outro... e sim, infelizmente, às vezes também me vejo sendo cúmplice disso!

E como resolver isso? Não sei! Bem vinda ao maravilhoso mundo da maternidade!

Mas, para começar a achar uma solução para essa triste tese, acho que é essencial reduzir expectativas sobre nós mesmas e sobre nossos filhos... e afinal, relaxar! Ser mãe como dá pra ser, seja chupando o dedo e dando uma papinha industrializada de vez em quando, seja deixando dormir tarde para esperar o papai chegar do trabalho, ou indo dormir na casa da vovó sem culpa para poder fazer um programinha de casal, trabalhando fora se preciso for, dando o peito até quando der... e por aí vai.
 
Enfim, uma maternidade mais livre! É o que desejo para todas nós!

domingo, 23 de junho de 2013

Um pouco do CineMaterna

Durante seis meses de licença maternidade, esse era o local de sair um pouco do nosso mundinho e encontrar com as amigas, trocar idéias, experiências, ver um bom filme, fazer um lanchinho...

Essas fotos são só pra recordar um pouco do Cinematerna.
Local onde a gente não só assiste um filme, a gente sai do casulo que a maternidade nos coloca, a gente troca experiência, percebe que os outros bebês também não dormem a noite inteira, que as outras mães também tem dilemas, e que somos todas normais!

Recomendo, sem contraindicações!







segunda-feira, 17 de junho de 2013

11 razões para Parir em Casa (Parto Natural, Parto Domiciliar)

Sabe... há alguns dias tenho pensado muito sobre o parto da Anastácia. Como já relatei aqui para vocês, foi um parto normal hospitalar, com diversas intervenções: ocitocina, cardiotocografia, episiotomia, bebê separado da mãe... enfim, apesar dos pesares, foi meu parto, minhas experiências, e extremamente gratificante ao final com minha filha saudável nos braços.
Mas, venho repensando essas escolhas... e uma das coisas que tem me chamado muito atenção é pensar em ter um parto normal de fato, um parto natural... e quem sabe até um parto domiciliar!

Hoje li o relato do parto da Luíza Diener, do blog Potencial Gestante... e me envolvi, me emocionei, chorei... e comecei a desejar essa experiência tão singular. Afinal, parir é instintivo, é fisiológico, emocional, sublime... e nós mulheres nascemos para viver isso...

É claro que essa decisão não é só minha... e por enquanto ainda estou trabalhando o coração do maridão para me apoiar nessa decisão. Estou pesquisando, lendo, me informando... e construindo esse caminho rumo à um nascer natural.

Ainda não sei até onde vai essa minha curiosidade, até quando irei para frente com isso, se receberei apoio, se receberei críticas... enfim... vamos ver onde isso vai dar. Por enquanto desejo compartilhar com vocês esse meu mergulho no mundo do parto domiciliar. Espero inspirar outras mulheres a repensar o nascer e o parir.

Fiquem com essas 11 razão para parir em casa, publicado pelo blog Gestar Parir Amar, da doula Taiza Nóbrega, aqui de Brasília-DF.




11 razões para Parir em Casa
 
Ciência e tecnologia estão presentes em nossa vida e nos ajudam em muitos aspectos, porém, cada vez mais mulheres, de todos os tipos, histórias e estilos de vida, estão escolhendo parir à moda antiga – em suas casas. Por quê?
 
O fato é que a ciência médica não é capaz de fazer melhor que o corpo humano. O corpo da mulher sabe como parir e não precisa de nenhuma interferência externa para fazer o bebê sair. Claro que às vezes, em raras circunstâncias, uma intervenção médica se faz necessária para ajudar a mãe e o bebê durante o parto. Esse texto não tem a intenção de convencer as mulheres a parir em casa, mas de mostrar a todas aquelas com uma gestação saudável e de baixo risco que desejam um parto natural, que parir em casa é uma opção segura.
 
O Parto Domiciliar está em ascensão nos EUA, de acordo com um estudo descrito pelo New York Times. As taxas de cesárea americanas estão atingindo patamares perigosos, pois as mesmas estão ocorrendo em circunstâncias desnecessárias. O tempo de recuperação de uma cesárea é bem maior que de um parto vaginal, o que pode atrapalhar a formação do vínculo mãe-bebê e o estabelecimento da amamentação. A cesárea é uma cirurgia abdominal de grande porte, que só deveria ocorrer em 10 a 15% dos nascimentos, segundo a OMS. Finalmente, as mulheres estão tomando as rédeas dos seus partos e trazendo-os para um ambiente mais natural – suas próprias casas.
 
Abaixo estão algumas razões para as mulheres optarem por um parto em casa:
 
1) Você pode escolher o lugar em que deseja parir: em casa você pode escolher onde deseja ficar durante o TP e parto, pode caminhar livremente pelos cômodos, entrar no chuveiro ou numa piscina, descansar em sua própria cama, sentar no sofá, fazer o que desejar, até mesmo, ir passear lá fora pra tomar um ar fresco. Enquanto que no hospital seu espaço será limitado, você provavelmente ficará num quarto durante todo o TP, às vezes, sem poder sair ou caminhar lá fora. Dependendo do hospital, ainda terá que ir para o centro obstétrico para dar a luz e, talvez, ainda ficar sozinha numa sala de recuperação.
 
2) Você convida quem vai estar no parto: a maioria das mulheres não precisa de muita gente para assistir seu parto, geralmente contratam uma parteira e uma doula. Parir é um ato íntimo, que não necessita de espectadores. Por outro lado, algumas mulheres desejam ter a família toda e também alguns amigos para dar apoio. Mães que já tem filhos mais velhos podem querer a presença deles durante o TP, o que não seria possível num hospital. Em casa, você tem a liberdade de escolher quem vai estar (ou não) no seu parto.
 
3) Nenhum aparelho conectado à você: na maioria das vezes, quando uma parturiente chega ao hospital é colocado soro intravenoso no seu braço, para hidratá-la e para o caso de precisar de algum medicamento. Em seguida, irão colocá-la em um monitor para acompanhar os batimentos e os movimentos do bebê. Isso tudo restringe os movimentos da mãe, atrapalhando o bom andamento do TP e aumentando a sensação dolorosa das contrações. Em casa você estará livre de soro e monitor, livre para se movimentar a vontade!
 
4) Sua casa é onde está o seu coração! Existe lugar melhor que o lar construído por você e seu parceiro para dar as boas-vindas à nova vida que chega? Se na sua casa tem tudo que você precisa (e gosta), então por que não parir nela?
 
5) Ninguém para te acordar depois que seu bebê nascer: quando você está no hospital, as enfermeiras entram constantemente para verificar seus sinais vitais e do bebê. Se você ou o bebê estiverem dormindo, eles irão te acordar ou acordá-lo para fazer isso. Se estiver em casa, você mesma irá checar a temperatura do seu bebê quando ele acordar para mamar. Aí, poderá dormir sempre que seu bebê dormir também, respeitando o seu sono e o do seu bebê.
 
6) Nenhuma intervenção indesejada com seu bebê: em casa você pode escolher o que vai ser feito com seu bebê após o nascimento. Por exemplo: corte tardio do cordão umbilical, nada de injeção ou colírio, nada de banho, nada de pesar e medir imediatamente, contato pele-a-pele ininterrupto nas primeiras horas de vida. Tudo isso é mais fácil em casa do que no hospital, onde você terá que brigar com as enfermeiras e quebrar os protocolos para que seu filho tenha o tratamento que você deseja.
 
7) Você controla o ambiente: muitos hospitais não permitem que as gestante caminhem, uma vez que as deixam deitadas na cama, amarradas a monitores para que os profissionais possam ver e fazer o que eles quiserem, independente do conforto das mães. Em casa, você tem controle sobre o ambiente, basta dizer o que deseja, seja uma música ou luzes apagadas, que será providenciado! Quer ir lá pra fora passear no quintal ou caminhar pela rua? É possível!
 
8) Assistência um-para-um: há um mito que a assistência num hospital é melhor ou mais profissional. No hospital, a equipe está lá para atender várias parturientes e vários partos ao mesmo tempo. Na grande maioria das vezes, a gestante sequer conhece a equipe antecipadamente, o que torna o atendimento impessoal, frio e, até mesmo, demorado. Ninguém irá sentar ao seu lado para te dar apoio, te confortar ou simplesmente perguntar como se sente. Por isso, freqüentemente, o progresso do parto será mensurado por cálculos e tabelas do que deveria estar acontecendo, mas nem sempre acontece, pois cada mulher é única e deveria ser tratada como tal. Em casa com uma parteira a assistência é um-para-um, ou seja, a parteira está lá para cuidar exclusivamente de você, sem idas e vindas para atender outras pessoas. Ela vai permanecer durante todo o TP e parto ao seu lado, e só vai embora depois que o bebê estiver mamando. Além do mais, a parteira te acompanha desde o pré-natal, com longos encontros e conversas, criando um vínculo e um entrosamento anterior ao dia do parto em si.
 
9) Parto Domiciliar é seguro: parir em casa é seguro para gestantes saudáveis e de baixo risco. Pare para pensar: hospitais estão cheios de pessoas doentes, espalhando germes e vírus por toda parte, além de ser foco de bactérias resistentes a antibióticos. E mais, a atitude médica de estar sempre pensando numa possível complicação durante o parto, apoiadas pelos protocolos hospitalares impostos, impede que as mulheres tenham um parto fácil e seguro num hospital. As intervenções médicas que acontecem dentro de um hospital interferem no processo natural do parto e são justamente essas intervenções (ocitocina, analgesia, etc.) que representam riscos desnecessários à parturiente e ao bebê.
 
10) A comida: a comida da sua casa é muito melhor que a comida do hospital! O TP e o parto são exaustivos e consomem muitas calorias. Você precisa comer e beber durante esse período e nada melhor que comer aquilo que gosta, podendo inclusive deixar tudo previamente preparado para o dia do parto. Sem contar que, provavelmente, depois do parto você estará morrendo de fome de novo e em casa poderá comer a vontade, enquanto que no hospital terá que esperar a refeição ser servida, sem direito a repetir!
 
11) Parir em casa é mais barato! No Brasil*, os custos de um parto vaginal hospitalar com o médico obstetra da sua escolha são maiores que de um parto domiciliar com parteira (enfermeira obstetra). E nós sabemos muito bem que, hoje em dia, é praticamente impossível encontrar um médico que acompanhe parto vaginal pelo convênio.

*Aqui, eu adaptei à realidade brasileira, partindo do pressuposto que a gestante pagaria os honorários médicos.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Festa Infantil: leão

Por eu ter uma menina, acabo sempro colocando festas e decoração de meninas e esqueço de comtemplar as leitoras que tem meninos. Mas isso agora é passado! Hoje quero mostrar para vocês essa festa infantil de menino, que teve uma decoração muito linda e clean.
 
O tema da festa foi leão, leãozinho, rei leão... e as cores utilizadas foram azul e dourado. Amei cada detalhe dessa festa, o painel atrás do bolo, os balões de gás hélio ao lado da mesa, os detalhes feitos com fita de veludo, os leões de pelúcia... tudo um charme! A decoração ficou provençal, delicada e foi usado também poá azul com branco. Tudo um charme, confiram: 
 
 

















Retirado de: Constance Zahn

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Duas cartas sobre um mesmo ano (afinal, toda história tem dois lados.)

Carta sobre seu primeiro ano

 Hoje, exatamente  às 18:52 hs você completou 1 ano de vida. Exatamente nesse horário cantamos o seu primeiro parabéns, com direito a mãe atrapalhada e olhos marejados de emoção.
Sabe, minha filha, sempre quis ser mãe, mas não tinha noção do que seria ter você em minha vida. Me lembro ainda do ultrassom, com apenas 12 semanas em que me abracei ao seu pai chorando e dizendo “ela é perfeitinha”, meu coração chorava aliviado em ver você se desenvolvendo com saúde.
Preparei cada detalhe da sua chegada, sonhei com você ali naquelas roupinhas, dormindo naquele berço. Seu quarto cheio de passarinhos a voar, lembrando que você tem um ninho sempre aqui para te acolher e proteger, mas que você será livre para voar e fazer suas próprias descobertas (dentro dos limites que sua idade impõe, é claro!)
Quando você nasceu era tão branquelinha, magrelinha e para minha surpresa... tinha muito cabelo! Todos que olhavam diziam que era a “cara da mamãe”. Porém, poucas semanas depois você foi ganhando peso e cor... e ficou cada dia mais a cara do pai! Vai entender a natureza...
Eu, uma mãe recém-nascida, era toda atrapalhada no início, uma confusão de sentimentos, amor, carinho, preocupação, nervosismo. O leite demorou a descer, você demorou a pegar o peito direito, a tal da amamentação foi nosso primeiro desafio juntas. Mas vencemos, e você mamou exclusivamente até os 6 meses.
Com dois meses você já ensaiava os primeiros sorrisos para mim, com três meses começou a chupar o dedo e dormir a noite inteira, com quatro se sentou pela primeira vez. Logo vieram os primeiros dentes, acompanhados de dias chatos de febre e choro, chegando à 8 lindos dentinhos no alto dos seus um ano de idade. Com nove meses começou a engatinhar e já está ensaiando os primeiro passos.
Sabe, você é um bebê tranqüilo, alegre e simpática com todos. Está sempre sorrindo, dando aquela sua gargalhada tão original. Se esconde entre as mãos logo de manhã querendo brincar de “achou”. A noite, após uma mamadeira quentinha, deita no berço e fica chupando o dedo até o sono chegar. E nos dias em que o sono não chega, eu acalento você em meu peito até que você durma.
Você gosta de assistir ao DVD da Galinha Pintadinha, dançando e batendo palmas alegremente. Tem a mania de morder a língua. Gosta de sentar no chão da sala e fica curiosa mexendo nos brinquedos, encaixando as peças, e nanando as bonecas. Antes de um ano você já “largou o peito” por vontade própria e logo se adaptou a um mamá bem quentinho antes de dormir. Faz bico quando brigo com você porque jogou alguma comida no chão, normalmente banana ou bolacha. Um bico tão lindo que dá vontade de rir...
Aos 11 meses você conheceu o mar. No primeiro dia você adorou as ondas que chegavam nos seus pés, engatinhou na areia e ficou batendo as mãos na espuma das ondas. No segundo dia você levou seu primeiro caldo, foi “batizada” pela mãe natureza... Que viagem boa... você não queria sair da água, às vezes só se entregava ao cansaço quando já estava cochilando na bóia. Se mostrou uma excelente companheira de viagem, se divertiu e estava sempre tranqüila e disposta.
Minha filha, só tem um ano que você está aqui e é tão difícil imaginar a vida sem você... como é bom te conhecer a cada dia, descobrir seus gostos, seu jeitinho de ser.

Feliz aniversário minha pequenininha, que você continue a crescer com muita saúde! Juízo, heim?
 
_______________________________________________
 

Carta sobre meu primeiro ano

 Hoje, exatamente  às 18:52 hs você completou 1 ano de vida. Exatamente um ano atrás eu não imaginava ainda o que era isso, o que era ser mãe. Era eu, uma mãe recém-nascida perdida no meio de tantas emoções. A alegria de ter conseguido o tão desejado parto normal. E a frustração do leite que não desceu no primeiro dia. E não desceu no segundo dia, nem no terceiro, nem no quarto... só lá pelo seu quinto dia de vida é que o tal do leite “desceu”. Enquanto isso você mamava e chorava, e bebia NAN na colher... e eu me desmanchava em lágrimas com as rachaduras no peito.
Como era bom olhar você dormindo, sentir seu cheirinho doce... Já sinto saudades de ter um bebezinho frágil nos braços. E quase não me lembro mais como era aquele chorinho de recém-nascido pela casa. Como era difícil ouvir seu choro e não saber o que era. Como era desesperador isso de ser mãe. Não dormia direito, não comia direito. Todas as vezes que eu me sentava para almoçar, lá vinha o seu chorinho me chamar à tarefa de ser mãe. Era fome? Era xixi? Era sono? Era colo? Era frio? Era calor?... Meu Deus, quantas possibilidades... se não era nada, então devia ser cólicas! Então lá vai massagem, movimento com as pernas, banho quente... Mas no fundo acho que aquele choro era a dor de mudar. Mudar dói, sair de um útero quentinho, vir para o mundo, ter que aprender a respirar, mamar e até a chorar... com certeza não deve ter sido fácil para você. 
Para mim também não foi, minha filha. Um dia você também vai passar por essa transformação. E vai chorar. O choro de uma mudança que nos faz crescer, que nos faz maiores por dentro. Que nos faz conhecer um amor maior do que podíamos imaginar. Um amor que nos anula, que anula nosso egocentrismo e nos faz pensar em um serzinho tão pequeno antes mesmo de pensar em nós. Um amor que desejei e que curto a cada instante. A cada sorriso que você me dá, a cada palma que você bate, a cada noite mal dormida ou dias de febre de muito choro e colo.
Hoje, pensando nesse um ano como mãe, tanta coisa me vem a cabeça... a gravidez, os enjoos, os banhos quentes para aliviar a dor nas costas, aquele barrigão... e pensar que era você ali dentro, sempre foi, você quietinha crescendo dentro de mim. O parto, os primeiro dias, a ajuda que recebi de todos, do maridão, minha mãe, sogra e cunhada principalmente. Lembrar dos 6 meses de licença maternidade, só eu e você, nos conhecendo dia a dia... as tardes em casa, as nossas saídas semanais ao Cinematerna, com direito a troca de experiência com a amiga-de-barriga e lanchinho delicioso no shopping. Um tempo em que você era tão pequenininha e redondinha e ficava aconchegada ao meu peito dentro do sling.
Sabe, minha filha, hoje entendo tanta coisa, entendo minha mãe, minha vó, minha sogra. Entendo o jeito delas de viver a maternidade, com todas as qualidades que tento imitar e os defeitos que me vejo repetir.
Entendo também as mães de filho único, entendo como é difícil abrir mão de si para receber uma vida. Imagina para receber duas, três ou até quatro vidas. Entendo como é difícil se doar, doar tempo, doar sono, doar preocupação, doar ansiedade e doar um pedaço da própria história para esse novo ser que vem. E vem com vontade, vai entrando, tomando espaço e preenchendo todos os cantos da casa e do coração. Mas a gente recebe tanto em troca, recebe tanto amor, sorriso e aprendizado que no final dessa bagunça ficamos quites, e esquecemos tudo num lapso de um sorriso seu.
Mas de tudo que a maternidade me ensinou, tem um ensinamento que é o que me deixa mais grata por ter aceitado essa tarefa: a fé. Só uma mãe com uma criança febril nos braços é capaz de vivenciar a mais pura fé. Aquela fé que nos faz rezar com lágrimas nos olhos e confiar a Deus nosso bem mais precioso. Não há noite de sono bem dormida que pague seu sorriso pela manhã quando a febre enfim passar...


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Sobre a família que somos


Primeiro encontro, conversas sem fim, risadas, piadas e um suposto ideal a seguir.
Namoro, tantas idas e vindas, beijos, desejos, companheirismo.
Planos, morar juntos, dividir dias, contas e cachorro.
Casamento, festa, juras e lua de mel.
Tantos dias divididos, viagens, sentimentos e rotina.
Um exame positivo, enjoos, exames, 9 meses de sentimentos novos no coração.
Bolsa estourando, contrações, soro na veia, empurrar cadeira de rodas, dar a mão, 8 cm de dilatação: as aventura de um parto normal.
O caos dos primeiros dias, o prazer da adaptação. A alegria do primeiro sorriso. O amor que cresce a cada dia.
E de repente, somos assim, uma família. Com direito a casa com quintal, cachorro latindo, quarto da mãe e do pai, brinquedos espalhados pelo chão da sala. Um babador de molho no tanque, um vazamento no banheiro e a carne descongelando na pia da cozinha. Cenas do cotidiano. Tão nós, tão família.

Não se nasce mãe e pai. Não se sabe ser família, assim do princípio. É  construído aos poucos sem a gente perceber. De repente, somos um colo que acalma uma criança com febre, uma mãe que limpa o catarro do nariz, um homem que cobre a filha antes de dormir. De repente somos porto seguro. A presença que o olhar procura de noite no berço.
De repente nos tornamos tudo aquilo que um dia foram para nós. Assim como mágica, sem curso de preparação e nem prova para testar se somos ou não capazes.
Somos para sempre condutores de almas a nós confiadas. Com a alegria e a dor da mais sublime das responsabilidades.



O que é uma doula?


Uma mulher que é acordada por uma sequência de mensagens de uma grávida completamente inexperiente - ainda que mãe do segundo - em vias de entrar em trabalho de parto.
A bolsa estourou em meados de dezembro, era previsível que o tempo estivesse imprevisível.
Chovia cântaros.
A doçura de seus dedos era tanta, que ultrapassava as frias telas dos celulares em curtíssimas mensagens de apoio, daqui à pouco estou aí.

Uma mulher que deixa filhos e marido em casa para atravessar a cidade na chuva e, sem nenhuma previsão ou expectativa de retorno, oferece-se integralmente como suporte no mais intenso dos rituais de passagem: o nascimento de um ser humano.

Retorno nenhum (fora aquilo que deveria ser para todos o mais valioso dos retornos: ser parte respeitosa do milagre da vida)
Não sabe quando ela vai voltar para os filhos.
Não recebe um valor expressivo em dinheiro.
Não é reconhecida pelo grupo social em que atua - para entender o que é uma doula simplesmente não adianta literatura, jornal, revista ou vizinha que te conte: é preciso ter recebido o acalanto toque de uma no mágico processo de parir um filho.

Sentada na bola, enquanto a gestante repousa na cama.
Deitada no chão, enquanto vão vencendo as contrações na água.
Ao pé da porta, olhando com carinho penetrante, aliviando cada contração com uma sugestão de posição para o corpo, atitude para a alma, alimento para o destino.

Por 48h que deixaram saudade.

Essa mulher está lá para fazer o que ninguém mais faz - olhar para a mãe. Cuja força, equilíbrio e vontades são tão volúveis quanto ignoradas no momento do parto.

Dedicação respeitosa à vida. É disso que se trata uma doula.



Retirado de Super Duper

sábado, 12 de janeiro de 2013

Conselho


Quando seu bebê chorar à noite, guie-se pela penumbra da casa até encontrá-lo e finja que está vivendo numa caverna, em algum clã de uma Era remota. Surpreenda-se por tê-lo deixado longe de seu corpo, exposto ao frio. Não há mamadeiras, nem geladeiras, você não tem fogão. Entenda que o drama da existência de um bebê em sua vida nada tem a ver com chocalhos, bibelôs ou chupetas. Você precisa salvá-lo, defendê-lo de feras e em breve o amarrará em seu corpo para ir à floresta. Só você pode salvá-lo, com seu leite, seu corpo, seu calor. Somente você pode fazer dele uma criatura forte e destemida e isso ocorrerá pela viagem dos hormônios em seu corpo, eles levarão as mensagens por meio do seu leite e de suas atitudes. Parir e amamentar é coisa do eu antropológico em nós.Você só está aqui porque uma linhagem de mulheres e homens um dia, lá atrás, salvaram-se, naturalmente, na luta pela sobrevivência. Todo o resto civilizado é prazer que podemos desfrutar. Não deixe que a beleza da civilização, que todos os ganhos culturais que obtivemos te faça fraca e infeliz por ter uma linda criança nos braços.

 Cláudia Rodrigues

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Considerações sobre o tempo


Eis aqui um avô... e 25 anos depois, um bisavô! Eita tempo danado que corre!

Odeio esses clichês sobre a maternidade. Odeio principalmente quando constato que eles são a mais pura verdade.
Um que ouvi muito foi sobre o tempo, algo do tipo “aproveita cada segundo, porque passa tão rápido.”. Ouvi muitas vezes e confesso que não é a melhor coisa a se dizer para uma grávida em pleno 9 meses de gestação onde cada dia parece uma eternidade. As horas parecem passar tão lentamente que parar de carregar aquele barrigão pesado e poder ver o rostinho daquele ser tão esperado parece que nunca irão se encontrar.

Mas agora tenho que confessar, eita tempo danado! Dá um nó na cabeça da gente e quando se vê já estamos lá com aquele serzinho magricela nos braços.
E de repente aquela pititiquinha já está maior, já tem dobrinhas nos braços e já ensaia um sorriso com o canto da boca.
Mas aproveita, e aproveita muito! Porque de repente eles já riem para todo mundo, já dormem uma noite inteira e começam a aprender coisas que a gente nem ensina. Colocam o dedão na boca, de forma displicente e se rebelam se você retirar.
Eita tempo danado! Porque faz isso com a gente?
É uma mistura de completude com nostalgia. 
É contraditório. Bom ver você crescendo com saúde mas ao mesmo tempo dá vontade que você fique assim pititiquinha pra sempre.
Já dá saudade do tempo em que seu alimento era só meu peito.
Que ficava desmaiada depois de mamar.
Saudade do seu chorinho de recém nascida.
E do tempo em que só meu colo trazia sua calma.
Agora você já se diverte de colo em colo, fica hipnotizada com os desenhos na TV e já cai na gargalhada com as nossas brincadeiras.
E pensar que em um pulo você já vai estar correndo por aí, querendo subir nas árvores, querendo dormir na casa dos outros (Ai Jesus, será que sobrevivo?).
Como pode esse tal de tempo fazer isso com a gente? Quando se tem filhos parece que ele fica mais traquina, corre, pula e brinca... passa tão rápido que a gente não vê!

Se eu pudesse, tempo, te segurava... fazia com que essa infância durasse tanto até eu enjoar.
Pegava você, guardava embaixo do tapete, prendia numa gaveta com chaves pra ver se você sossegava e deixava de correr assim tão ligeiro.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

9 razões para desmarcar a cesárea!



1 – Você não precisa dela


“Em 90% das vezes a mulher não precisa de cesárea, ela pode parir sem ela. Então para que marcar a cirurgia?”, questiona a obstetra Andrea Campos. Segundo a médica, os principais motivos para considerar fazer uma cesárea acontecem durante o trabalho de parto e não podem ser previstos com antecedência, como a dificuldade de o bebê descer

 pelo canal de parto. Outras indicações comumente usadas para justificar a cesárea geralmente podem ser contornadas, como circular de cordão (quando o cordão fica enrolado em torno do pescoço do bebê), que acontece em 30% dos casos. A ausência de dilatação, justificativa usada em grande parte das situações pode ser explicada pela falta de contrações regulares. Se a mulher está sem dilatação, provavelmente ainda não entrou em trabalho de parto, pois, para haver dilatação, é necessário haver contrações. Caso a mulher não entre em trabalho de parto, ainda é possível induzir as contrações com uso de hormônios injetados na veia ou com ruptura da bolsa, que pode estimular o início das contrações nas primeiras 24 horas.

2 – O bebê tem de estar pronto para sair


É muito comum acontecer um erro de cálculo e o bebê nascer com a idade gestacional abaixo do esperado. O médico pode achar que está tirando uma criança com 39 semanas e ela ainda tem 37 ou 38, por exemplo. Por mais que os ultrassons atuais sejam bastante precisos, isso ainda pode acontecer. O problema é que, se você fizer a cesárea antes que o bebê esteja pronto, os pulmões dele podem não estar prontos. Como os pulmões são os últimos órgãos a se formar, pode acontecer de eles não estarem maduros o suficiente para uma vida extrauterina. Aí podem acontecer casos de desconforto pulmonar: o bebê tem dificuldade de respirar e pode precisar da ajuda de aparelhos ou, ainda ter de passar um tempo na UTI. Segundo Laura Gutman, autora do livro A Maternidade e o Encontro com a Própria Sombra, o conceito de data provável de parto não pode ser levado ao pé da letra porque se trata de uma estimativa: “Realizar uma cesárea antes do início do trabalho de parto é uma prática perigosa, na maioria dos casos irá nascer um bebê prematuro.”

3 – Se o bebê não passa pelo canal vaginal da mãe ele deixa de receber bactérias importantes para a formação de seu sistema imunológico


Quando ele passa pelo canal sua pele é colonizada pelas bactérias da mãe. Esse contato é importante para a defesa do organismo porque, logo que vier ao mundo, já vai ter de lidar com bactérias estranhas ao seu organismo, como as do próprio hospital. Mas cuidado, esse contato pode também expor a criança a doenças transmissíveis pelo contato com a genitália da mãe como a hepatite B e C, HPV, herpes genital e HIV. Se a mãe fez o pré-natal direitinho, as chances de que o bebê contraia doenças desse tipo é muito menor. Uma das teorias é que o contato com as bactérias maternas seria um fator protetor contra alergias. Um estudo finlandês publicado no Journal of Allergy and Clinical Imunology mostrou que pessoas que nasceram de cesárea são três vezes mais suscetíveis a manifestar asma.
Outra pesquisa, feita na Alemanha e publicada no Pediatric Allergy and Immunology, descobriu que bebês que nascem por cesariana têm mais chances de desenvolver alergias alimentares até os dois anos de idade. Já um estudo feito em 2008, e que acompanhou crianças desde o nascimento até os 9 anos verificou que crianças nascidas por cesárea com pais que tinham alergia ou asma tinham duas vezes mais chances de desenvolver alergia e rinite alérgica. Uma pesquisa da USP levantou que, em crianças que nascem de cesárea, as chances de desenvolver um quadro de obesidade ao longo da vida aumenta em 58%.
O estudo acompanhou 2.057 pessoas do dia do nascimento aos 25 anos e descobriu que 15,2% dos bebês nascidos por cesariana estavam com o Índice de Massa Corpórea acima de 30 – o que indica obesidade. Entre aqueles que nasceram de parto normal, apenas 10% eram obesos. Outra doença mais comum entre pessoas que nascem de cesárea é a diabetes tipo 1. É isso o que diz um estudo da Queen’s University, no Canadá. Segundo a pesquisa, bebês nascidos por cesariana têm 20% mais chances de desenvolverem diabetes tipo 1.

Outro risco é de desenvolver doença celíaca, caracterizada pelo “autoataque” do organismo ao intestino delgado quando são ingeridos alimentos que contém glúten como trigo, centeio, cevada, aveia e malte. De acordo com uma pesquisa desenvolvida pela Universidade de Medicina de Hannover, na Alemanha, a probabilidade de ter a doença celíaca é 80% mais alta em crianças que nascem por cesárea.

4 – Quem tem que decidir a hora de sair é o bebê


“Quando o bebê está pronto, ele dá o ‘start’ para o trabalho de parto”, defende a obstetra Andrea Campos. Durante o trabalho de parto, o bebê sofre influência de uma cascata hormonal, com as contrações ele recebe a massagem intrauterina e é avisado de que vai nascer e pode se preparar até que finalmente nasça. “E, para passar pela bacia, o bebê ajeita sua cabeça, descendo de uma maneira ativa pelo canal de parto. Na cesárea isso não acontece, o bebê nasce de maneira passiva porque é retirado do útero”, completa.

5 – Se ele não recebe a massagem nos pulmões ao sair, o risco de desconforto respiratório aumenta


No parto normal, a passagem pelo canal vaginal comprime o tórax do bebê e estimula a saída do líquido amniótico para que o ar possa entrar. Se isso não acontece, o bebê fica com dificuldade para respirar e tem de receber oxigênio artificialmente ou ser entubado. Os casos de desconforto respiratório correspondem a 60% das internações na UTI Neonatal. “Aproximadamente 12% dos bebês que nascem de cesariana eletiva (a cesárea marcada) vão para a UTI. No caso dos bebês que nascem de parto normal, o número cai para 3%”, conta Renato Kalil, ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana.

Segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), fetos de 37 a 38 semanas de gestação possuem 120 vezes mais chances de apresentarem desconforto respiratório desta ordem em comparação aos fetos com mais de 39 semanas.

6 – No pós-parto a recuperação é mais lenta e dolorosa


O tempo de internação do parto normal é de 48 horas após o nascimento, para a cesárea este número sobe para 72 horas. E, enquanto depois do parto normal já dá para retomar as atividades de rotina no dia seguinte, na cesárea o tempo para realizar tarefas simples como dirigir podem levar até dez dias. O corte da cesárea atinge sete camadas de pele, tecido e músculo até chegar ao bebê. São eles: pele, gordura, fáscia muscular, músculo, peritônio parietal, peritônio visceral e útero. Depois de retirar a criança, cada camada é costurada separadamente. Ao todo são cerca de 75 pontos. O abdômen fica distendido e a mulher sente dor por duas ou três semanas.

7 – A cesárea oferece maior risco de complicações maternas


Sendo uma cirurgia de médio porte, a cesárea oferece todos os riscos de uma cirurgia, seja durante a operação em si, durante o período de analgesia ou no pós-operatório. Como em todas as cirurgias, existe o risco de sangramentos, complicações e infecções. Na cesárea a mulher perde cerca de um litro de sangue, o dobro do parto normal. Dados divulgados pela ANS atestam que a mortalidade materna é 2,8 vezes maior nas cesarianas eletivas sem emergência do que no parto vaginal.

8 – A cesárea aumenta os riscos de complicações na próxima gravidez


Se a mulher já fez uma cesárea há o risco de que ela tenha placenta prévia, que é a fixação da placenta em um lugar indevido da parede uterina causando maior risco de hemorragia (por vezes ela se aloja no colo do útero e a mãe precisa ficar em repouso absoluto) e prematuridade. Entram para a lista de riscos a placenta acreta, que é quando a placenta se fixa à parede do útero intensamente, provocando hemorragia ao sair. A mãe pode precisar de transfusões sanguíneas e ter ruptura uterina ou até precisar retirar o útero, impossibilitando-a de ter mais filhos.
Insistir na cesárea é algo comum, não é à toa que a gente ouve falar: “uma vez cesárea, sempre cesárea”. Mas é possível, sim, fazer um parto vaginal depois de uma (duas, três…) cesárea(s). Apesar disso, nos Estados Unidos, a incidência de cesáreas recorrentes é de 92%. Em média, 66% das mulheres que fazem cesárea por lá poderiam ter tido o segundo filho por VBAC, sigla para Vaginal Birth After Caesarean (parto vaginal depois de cesárea), mas a maioria escolhe a cesariana novamente.

9 – O leite demora mais para descer


A ocitocina, um dos hormônios que provocam as contrações também é responsável pela descida do leite, razão pela qual a taxa de sucesso na amamentação é maior nas mulheres que tiveram parto normal. Depois do parto normal já é possível colocar o bebê sobre o corpo da mãe, sugando o peito. Na cesárea isso não é possível porque o abdômen da mãe está aberto e tem que ser fechado depois da saída do bebê.
A Organização Mundial da Saúde aconselha que o bebê mame já na primeira hora de vida e isso acontece com maior freqüência com crianças que nascem de parto normal. Segundo estudo da Fiocruz isso acontece com 22,4% dos bebês que nasceram por parto normal contra 5,8% dos bebês que nasceram por parto cesariano. Ainda de acordo com o estudo, a primeira mamada pós-parto demora em média quatro horas para mães que fizeram parto normal e dez horas para aquelas mães que tiveram seus bebês por cesárea. Sem contar que, caso o bebê nasça prematuro por erro de cálculo na data ideal de nascimento, pode ainda não conseguir sugar o seio e precisar receber alimentação artificialmente. Claro que muitas mulheres que fizeram cesárea amamentam sem problema, mas que é um fator desfavorável a mais, isso é.