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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Considerações sobre o tempo


Eis aqui um avô... e 25 anos depois, um bisavô! Eita tempo danado que corre!

Odeio esses clichês sobre a maternidade. Odeio principalmente quando constato que eles são a mais pura verdade.
Um que ouvi muito foi sobre o tempo, algo do tipo “aproveita cada segundo, porque passa tão rápido.”. Ouvi muitas vezes e confesso que não é a melhor coisa a se dizer para uma grávida em pleno 9 meses de gestação onde cada dia parece uma eternidade. As horas parecem passar tão lentamente que parar de carregar aquele barrigão pesado e poder ver o rostinho daquele ser tão esperado parece que nunca irão se encontrar.

Mas agora tenho que confessar, eita tempo danado! Dá um nó na cabeça da gente e quando se vê já estamos lá com aquele serzinho magricela nos braços.
E de repente aquela pititiquinha já está maior, já tem dobrinhas nos braços e já ensaia um sorriso com o canto da boca.
Mas aproveita, e aproveita muito! Porque de repente eles já riem para todo mundo, já dormem uma noite inteira e começam a aprender coisas que a gente nem ensina. Colocam o dedão na boca, de forma displicente e se rebelam se você retirar.
Eita tempo danado! Porque faz isso com a gente?
É uma mistura de completude com nostalgia. 
É contraditório. Bom ver você crescendo com saúde mas ao mesmo tempo dá vontade que você fique assim pititiquinha pra sempre.
Já dá saudade do tempo em que seu alimento era só meu peito.
Que ficava desmaiada depois de mamar.
Saudade do seu chorinho de recém nascida.
E do tempo em que só meu colo trazia sua calma.
Agora você já se diverte de colo em colo, fica hipnotizada com os desenhos na TV e já cai na gargalhada com as nossas brincadeiras.
E pensar que em um pulo você já vai estar correndo por aí, querendo subir nas árvores, querendo dormir na casa dos outros (Ai Jesus, será que sobrevivo?).
Como pode esse tal de tempo fazer isso com a gente? Quando se tem filhos parece que ele fica mais traquina, corre, pula e brinca... passa tão rápido que a gente não vê!

Se eu pudesse, tempo, te segurava... fazia com que essa infância durasse tanto até eu enjoar.
Pegava você, guardava embaixo do tapete, prendia numa gaveta com chaves pra ver se você sossegava e deixava de correr assim tão ligeiro.

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