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segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Parte 1 de 6 - Relato de Parto Domiciliar - Nascimento da Pérola


Se é pra falar do parto da Pérola, vamos começar do início. Vamos começar falando do nascimento da Anastácia, nossa primeira filha. Sim, pois foi lá que todos os caminhos começaram a ser traçados para que chegássemos até aqui.

Foi lá em 30 de maio de 2012, que me tornei mãe, foi lá que tive minha primeira experiência com gestar, parir... dar a luz à minha primogênita!
Foi nesse dia inundado de ocitocina, minha e sintética, que passamos de forma tão ingênua por uma experiência que deveria ter sido tão mais grandiosa. Sim, eu acreditei na Ginecologista Obstétrica fofinha do plano de saúde, ela que nunca sequer tocou minha barriga direito, que nunca conversou comigo sobre trabalho de parto, contrações, círculo de fogo, melhores posições para o parto... eu acreditei em sua boa vontade e suas informações vagas sobre o parto normal.

Assumo também minha parcela de "culpa", se é que posso colocar essa palavra nesse texto. Pois me informei sim, dentro do que me foi oferecido à época, porém não o suficiente para ter um experiência de parto humanizado. Não faz muito tempo, mas àquela época ainda não se ouvia de forma tão democrática sobre parto humanizado, não havia ainda o documentário "O Renascimento do Parto", eu nem sabia o que era uma doula, não se via tão frequentemente como hoje nas redes sociais vídeos e fotos de partos domiciliares belíssimos.. e eu sequer sabia da existência dessa "opção".

E foi assim que caí nas mãos da médica da emergência, na ocitocina sintética, no soro, no jejum absoluto, na manobra kristeller, na episiotomia, na cardiotocografia "desnecessária", na ultrassonografia em plenas contrações para verificar circular de cordão,  na separação da minha filha de mim por uns 40 min, no colírio de nitrato de prata na Anastácia.. enfim o pacote completo de intervenções desnecessárias.

E foi apesar de tudo, o meu parto normal, com tudo o que tinha que ser para que pudéssemos parar e refletir sobre o nascimento.

E foi acima de tudo, o nascimento da minha primeira filha, a alegria de pegá-la nos braços, de sentí-la, beijá-la, acreditar ser capaz, de ser mãe, de parir, de me permitir e viver essa nova fase da vida intensamente.

E foi assim que em 13 de janeiro de 2014, quando recebemos a confirmação da gestação da Pérola em meu ventre que começamos a desenhar os caminhos de nossa história que nos fizeram chegar até o Parto Domiciliar Planejado.

E dessa vez a história não teria "mas..", não teria "apesar de...", não acabaria com "no final o que importa, é que deu tudo certo.".
Queríamos escrever uma história muito mais bonita, mais clara, mais empoderada, sem as vírgulas, reticências e as dúvidas que ficaram após o parto de nossa primeira filha.
E enfim, vivemos nós 4, Eu, Rafael, Anastácia e Pérola essa experiência belíssima que começo a contar aqui.



Continua...

(nos intervalos entre uma mamada e outra, uma fralda suja e um resmungo de fome...)





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