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terça-feira, 30 de setembro de 2014

Parte 6 de 6 - Relato de Parto Domiciliar - Nascimento da Pérola




Você nasceu às 09:39hs, no mês 09, no conjunto 09, e era o parto número 99 das parteiras. Nove sempre foi o meu número da sorte. E agora tem um significado mais que especial. 
Saímos da piscina e fomos para o quarto. A Iara tirou a Anastácia, enxugou e colocou roupa.
A placenta saiu bem rápido, e dias depois encontrei ela no meu congelador, com uma etiqueta com coraçõezinhos desenhados... muito amor por essa equipe. 

Pérola, que ainda na piscina foi colocada ao peito, ficou mamando por alguns minutos. 
O papai cortou seu cordão umbilical quando este já não pulsava mais. 
Depois foi pesada, medida e avaliada, pelas mãos de fada da Iara. Nasceu com 2.780 kg e 47 cm, com apgar 9/10. Linda e saudável! 
Não foi aspirada, não recebeu colírio de nitrato de prata.
Recebeu vitamina K enquanto ainda mamava e nem chorou. 
Tirou muitas selfies em seus primeiros minutos de vida. Garota moderna.
As parteiras me ajudam a levantar e trocar de roupa. E tiramos uma foto com toda a equipe. Dão as primeiras orientações, sobre cuidados comigo e com a bebê. E após umas 2 hs do parto, foram embora. No acompanhamento do pós-parto, ainda nos vimos com 24 hs do parto, com 3 dias, com 10 dias e para finalizar com 30 dias, a última consulta. 

Ficamos só nós. Minha pequena família, meu porto seguro. Veio uma vontade enorme de chorar, uma alegria misturada com adrenalina. Ainda não conseguia acreditar que tudo aquilo tinha sido verdade.
Contamos para a família pelo whattsapp, rimos da surpresa de todos. Logo estávamos no skype transmitindo o rostinho da Pérola para meus pais e vendo a cara de espanto quando dizíamos que o parto tinha sido em casa. 

Tão primitivo e tão moderno esse parto. Na simplicidade da casa, como se fazia antigamente, mas cheio de tecnologia, de celulares, câmeras, lanterna e monitor cardíaco. O simples e o tecnológico convivendo de forma tão harmoniosa. 
Ainda suspiro quando me lembro desse dia, e juro que já sinto até saudades. 

Tão bom poder receber uma vida no aconchego do lar. De ouvir a música que te deu o nome. De aliviar as dores no chuveiro de todos os dias. De beber a água que diariamente nos mata a sede. De sentir o toque de quem eu escolhi para estar ali. Só nossa casa pode nos dar essa sensação de porto seguro, lugar para onde corremos para chorar ou celebrar. Em nossa casa entra quem convidamos, quem amamos, com quem nos vinculamos durante todo esse processo. Aqui minha filha dorme e acorda para ver a irmã nascer. Aqui elas se reconhecem como companheiras para toda a vida.

Aqui grito, aqui tenho medo e não preciso esconder. 

Afinal, porque complicamos o que só exige simplicidade?

Para terminar minha gratidão à pessoas essenciais: 

Ao Rafael, por termos decidido juntos pelo parto em casa e por estar presente nessa experiência (sei que é para poucos). Pelo apoio e carinho durante o trabalho de parto, pela massagem, por ser o pai que desejei para minhas filhas, pelas brincadeiras e piadas que deixam tudo mais leve. Meu marido, amigo, porto seguro, meu boy magia. Minha força e minha fragilidade. 

À Anastácia, por trazer tanta luz e alegria, por ser compreensiva, por se mostrar uma irmã tão carinhosa. 

À Pérola, por me permitir ser sua mãe, por sua força ao nascer, pela alegria que trouxe ao nosso lar. 

Às parteiras (enfermeiras obstétricas), Iara e Ana Cyntia, por serem o que são, por olhar nos olhos, conversar com franqueza, respeitar o tempo da natureza, acolher, informar e devolver ao nascimento o que ele tem de essencial: ser um momento íntimo, vivido em casa, celebrando a vinda de uma nova vida. (Luz de Candeeiro, parto em casa)

E principalmente à Deus, autor da vida, que permitiu a vinda da nossa pequena para nosso lar. Que nos deu força e coragem e guiou-nos a todo momento. Pois não cai sequer uma folha de uma árvore sem a Sua permissão. 
















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