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sábado, 9 de junho de 2012

Relato do parto - Parte 3 de 7

Observação: Se você não gosta de ler palavras como vagina, cocô, parir e afins não continue a leitura deste relato!

.....


30 de maio de 2012. Eram 11:30 hs, eu ainda estava dormindo, como era de costume nas últimas semanas: dormindo tarde, acordando tarde. Até aquele momento não tínhamos notícias de que o parto estivesse próximo: na última ecografia a placenta ainda estava grau II, o colo do útero estava fechado e nada de sair o tal do tampão. Na última consulta com a médica, ela marcou o retorno para dali a uma semana e ainda completou:

- Do jeito que essa menina está não sai essa semana. Então, como é provável, até a próxima consulta!

A próxima consulta era amanhã. Fiquei deitada na cama sonolenta, com aquela preguiça danada de levantar. De repente senti uma gosminha lá embaixo (sim, na vagina), e pensei:
- Deve ser o tampão, amanhã na consulta já terei uma notícia boa para a médica!

Continuei deitada: - Depois eu limpo isso - pensei.
De repente, sem que eu pudesse controlar uma água escorreu entre minhas pernas. A bolsa! A bolsa! A bolsa? A bolsa??? A bolsa rompeu? Será?
Corri para o banheiro, queria ver a cor, o cheiro, a textura daquilo. Era transparente, meio gelatinoso, tinha um cheiro estranho de produto de limpeza que agora não sei explicar. Fiquei olhando aquilo por um tempo, acho que sem acreditar. Lembrei do marido falando com ela na noite passada, falando sério com ela que já estava na hora de nascer.
Já estava na sua hora, e havíamos esperado o seu momento. Ela havia escolhido, queria vir ao mundo e estava pronta para essa etapa da vida: nossa "separação", sua vinda ao mundo. Esses seriam meus últimos momentos grávida, logo estaríamos com ela nos braços.

Eu liguei para o marido (como nos filmes, que emoção!):

- Pretinho, acho que a bolsa estourou.
- Estourou? É sério? Tô indo praí. Tô chegando.
E desligou.

Peguei uma toalhinha, coloquei no meio das pernas para conter a água. Liguei de novo para o marido, acho que com medo dele se desesperar, sair correndo sem prestar atenção no trânsito.

- Oi, não precisa ter pressa não, tá? Tô tranquila, vai demorar ainda, pode demorar horas...
- Tá bom, tô tranquilo. Relaxa que tô tranquilo.
- Dirige com calma, tá?
- Tá, tô indo.

Eu estava com fome. Já era meio dia, e eu nem tinha tomado café-da-manhã. Fui para a cozinha, comi umas bolachas e tomei leite com ovomaltine. Passei no quartinho da Anastácia, conferi as malas. Depois tomei um banho, coloquei um vestido e a toalhinha no meio das pernas novamente.
O maridão chegou, começamos a organizar as coisas no carro: duas bolsas, bebê conforto, ecografias da gravidez, cartão do plano de saúde, celular e o carregador. Ah, um travesseiro também, vai saber como são os travesseiros do hospital...
Eu já havia ligado pra médica, e ela havia me tranquilizado, realmente pela descrição a bolsa havia rompido, eu devia manter a calma porque provavelmente o bebê nasceria mais para o final da tarde, uma vez que eu ainda não sentia nenhuma contração. Para nosso azar o trabalho de parto coincidiu justamente com o plantão da nossa médica em outro hospital, e ela não poderia sair de lá para nos atender. Já sabíamos disso e estávamos preparados para fazer o parto com o médico plantonista, se fosse o caso. E era. Eu rezava para que o plantonista fosse bonzinho e esperasse a hora da nossa filha nascer, pelas vias naturais. Tinha muito medo que o médico ficasse pressionando ou inventando desculpas para forçar uma cesárea.

Vai dar tudo certo, pensei assim, o marido que me ensinou. Então vamos para o hospital!

Opa! Peraí, tô com vontade de fazer cocô. Sim, já haviam me dito isso: que a mulher em trabalho de parto sente vontade de "evacuar" (ô palavrinha feia! prefiro fazer cocô mesmo.). Isso acontece porque a cabeça do feto empurra o reto e provoca o desejo de evacuar. A natureza trabalhando para que muitas mamães não passem pelo constrangimento de fazer cocô enquanto dão a luz.  Maravilha então! Nunca fiquei tão feliz diante de uma vontade de fazer cocô!

Pronto. Agora vamos para o hospital!


Continua...

4 comentários:

  1. kkkkkkkkkkkkk eu ri :p

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  2. Eu fico agoniada querendo ver logo o proximo.... kkkkkkkkkkkkkk

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  3. Tá parecendo novela, não vejo a hora de ter o próximo capítulo!! Tô curtindo, viu. Não passei por essa experiência, por isso tenho muita curiosidade.

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  4. ahhh..e eu que bebia água da pia durante as contrações, e me escondia da enfermeira para fazer xixi..ahahahhah..e a natureza foi sábia qndo me colocou uma plantonista "que não faz lavagem"..do mais como eu digo, meu parto foi natural e relaxante =]] auahauahuah

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