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sexta-feira, 8 de junho de 2012

Relato do parto - Parte 2 de 7

Eu já estava ansiosa e cansada. Contava as semanas e os dias, e sempre acordava pensando: "será que vai ser hoje?" Já estava assim há umas duas semanas, quando completei 37 semanas e achava que a qualquer momento o parto poderia acontecer. Mas... não acontecia... e cada dia parecia passar devagar demais para a minha necessidade de controlar as coisas.
Pensando aqui, acho que esse foi o primeiro motivo que me fez hesitar. Sempre gostei de controlar as coisas, prever os acontecimentos, planejar o dia de amanhã... e essa falta de controle já estava me matando. Vi algumas conhecidas/amigas agendar o parto cesáreo e saírem de lá felizes com seus rebentos nos braços, com 38 semanas de gestação... e eu ali, gravidíssima ainda.
Mesmo assim, acalmava meu coração e rezava pedindo a Deus compreensão.
Quando completei 38 semanas parei de trabalhar. A partir daí os dias passavam ainda mais devagar, em casa só esperando a "nossa hora". Ficava as tardes na internet lendo fóruns de grávidas (a maioria já havia dado a luz...) e dicas para estimular o trabalho de parto.

Chegamos então a 39 semanas e 4 dias de gestação, eu já havia apelado pra lua, comer abacaxi, estimulação do mamilo, andar de carro em rua esburacada, rebolar em cima da cama, colocar o terno do marido, e bizarrices incontáveis... porém nada acontecia!

Era 29 de maio de 2012. Durante a tarde eu havia lavado o carro, afinal acho que lavar carro estava a altura de uma boa faxina, mais uma dica da internet para estimular o trabalho de parto.
Chegava ao fim mais uma noite qualquer, após Cheias de Charme, Jornal Nacional e Avenida Brasil. Eu havia acabado de receber a notícia de que minha mãe chegaria na sexta-feira e ficaria por duas semanas comigo, cuidando de mim e ajudando com a Anastácia.
Mas tinha um porém, Anastácia ainda estava aqui dentro!
Foi quando hesitei pela segunda vez, decretei que se ela não nascesse até segunda-feira, eu marcaria a cesárea para a terça! Afinal, na segunda-feira seria a última mudança de lua (cheia!) e eu já teria passado das 40 semanas. Me convenci de que eu já havia esperado o suficiente da natureza. Havia dado a chance e assim, mentindo para mim mesma, esperava ter minha consciência tranquila de que eu havia feito o que estava ao meu alcance.

Mas a natureza é bem mais sábia que eu.
Nesta noite, 29 de maio, o maridão encostou seu rosto bem próximo da barriga e falou sério com a Anastácia:
- Minha filha, sua vó vai chegar na sexta-feira pra ajudar a cuidar de você. Já está na hora de você nascer.
Durante a noite, ele me contou que conversava com ela no sonho:
- Anastácia, eu não vou mais falar com você! Só falo com você agora, quando você estiver aqui fora!

Então Anastácia foi muito obediente. A sua hora havia chegado. Ela seria uma geminiana, alegre, curiosa e comunicativa.

Continua...

Um comentário:

  1. quero ver o fim desse relato ein!

    acho tão emocionante o parto natural!

    Obrigada pela visita no meu blog!

    E calma com a amamentação... eu sei que pode ser terrível, mas vale a pena, é o jeito mais natural... é o leite feito sob medida pra sua nenê, sempre quentinho :)

    Talvez demore, mas um dia não vai doer mais!

    Beijos e muita calma!

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