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sexta-feira, 8 de junho de 2012

Relato do parto - Parte 1 de 7


Bom, começando do princípio, quando uma mulher faz uma escolha para o parto, é natural que as pessoas que convivem com ela queiram saber o porquê, motivos e circunstâncias que a levaram a essa escolha. 

"Mas foi planejado? Você quer parto normal, tá louca? Olha que vai ficar toda relaxada. Você não tem medo de doer? (Sim, e tenho medo de barata voadora também.). E se a criança entrar em sofrimento? Espero que dê tudo certo com vocês, mas que eu saiba, com o desenvolvimento da ciência a cesária é muito mais segura. Ah é porque você nunca sentiu uma dor de contração antes. Mas você sabe que pode ser que você não consiga, né? Porque minha cunhada/amiga/vizinha/amulherdopadeiro ficou 12 horas em trabalho de parto e acabou com cesárea porque... e por aí vai."

Muitas vezes ouvindo tudo isso batia uma insegurança, mas no meu íntimo eu tinha certezas e convicções tão fortes que me faziam ignorar qualquer comentário do tipo. Eu sei que tudo era fruto de uma preocupação até saudável de gente que gosta da gente, que se preocupa, que quer nosso bem e então eu tentava compreender e ao mesmo tempo não me preocupar demais com esses "conselhos".

Durante os 9 meses, me informei, li muito (O que esperar quando você está esperando), assisti muito vídeo no You Tube e programas de TV sobre o assunto ("Um bebê a cada minuto" da Discovery Home & Health, aliás recomendo muito para as grávidas, sexta às 20hs, pois nos EUA o parto normal é bem mais incentivado)... enfim, procurei todas as vias para me sentir segura sobre o que realmente queria.

Não vou dizer que não hesitei, duvidei ou me questionei nesse período, sou humana... mas uma força maior me movia, a certeza de que nós mulheres somos capazes de dar a luz, temos forças muitas vezes desconhecidas por nós mesmas e na maioria das vezes até reprimidas na atualidade. Sim, somos capazes, esse arquétipo de mulher selvagem, esse instinto, intuição de mulher e mãe me movia. Sim, somos geradoras, criadoras, cuidadoras... e capazes de retornar a nossas origens, de nos empoderar desse momento tão sublime que é dar a luz a um filho.

Tudo isso, não me fazia aceitar que um procedimento cirúrgico, em que seriam cortados minha pele e meu útero, fosse aceitável, sem antes tentar as vias naturais do nascer. Sim, eu tentaria, confiaria na natureza, no instinto e em Deus. Não iria me entregar à um parto cirúrgico, sem antes tentar. E isso me movia e me moveu até o derradeiro momento do nascimento da Anastácia, com dor,  ocitocina, episiotomia e principalmente muito sentimento. 

E o sucesso dessa caminhada só aconteceu porque tive ao meu lado o melhor companheiro, escolhido por essa e tantas outras qualidades, que me motivou durante os 9 meses, leu e se informou comigo, assistiu vídeo no You Tube e esteve ao meu lado, segurou minha mão e falou palavras de incentivo em todos os momentos. Ele viveu intensamente esse momento decisivo da vida, tornar-se pai.

Assim começo a relatar esse momento tão importante em minha vida. E espero "inspirar" mulheres e futuras mães a também fazer essa opção para suas vidas. 

Continua...  
(nos intervalos entre uma mamada e outra, uma fralda suja e um chorinho de fome)


.....


Observação: Não quero aqui julgar qualquer mulher que tenha tido parto cesáreo, mas somente contar minha experiência particular, meu ponto de vista, vendo e sentindo tudo a partir do que eu vivi. Acredito que o parto cirúrgico salva muitas vidas e deve ser amplamente usado, quando necessário.

3 comentários:

  1. Simplesmente prefeito! É um ótimo incentivo para as futuras mães e pais. Parabéns!

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  2. Ótimo!!! Sempre fui a favor do natural. Minha mãe teve os três assim e quero também pra mim, quando Deus me conceder o dom de ser mãe. Parabéns, primos!!! Muito orgulhosa!!!!

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  3. Concordo plenamente com o que disse, Tive minha filha com 20 anos, quase 13 hs de contrações... e não me arrependo.... Estou pensando na possibilidade de dar um irmãozinho para ela e farei o possivel para que seja parto normal novamente.... Parabéns pela iniciativa e incentivo....

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