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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Carta para um "grávido"



Desde que engravidei por diversas vezes o maridão tem dito como gostaria de também poder gerar nossos filhos.
- "Bem que isso poderia ser alternado, né? Uma vez eu, uma vez você." - Brincamos.
Isso me faz pensar, em quanto privilégio é poder ser mulher e gerar "novas pessoas" para o mundo. Sim, apesar da falta de ar, dores nas costas e nas pernas e o terrível medo do parto, isso é realmente um privilégio. Fui a primeira a sentir os mínimos movimentos da Anastácia, mesmo que isso signifique espremer minha bexiga de vez em quando e ir duas/três vezes ao banheiro no meio da noite. Até aqueles enjoos horríveis do início da gravidez eram recompensados pelo prazer de saber que ela estava lá, dentro de mim.
De toda forma, cada dia mais os homens/pais tem participado mais ativamente da gestação. Acompanham as ecografias e as consultas na obstetra, ficam ansiosos para saber o sexo e até expressam todas as aventuras da descoberta de ser pai em blogs, como o maridão tem feito.
Essas "caraminholas" rondaram tanto minha cabeça que resultou numa "carta" para o maridão, que compartilho agora com vocês.

Carta para um pai

"As vezes me sinto egoísta em relação a esta história toda de gestação. É claro que nada estaria acontecendo se não fosse você, porém tudo acontece aqui, dentro de mim. Eu sinto a Anastácia se desenvolver, mecher, crescer e pesar cada dia mais. Eu sinto quando ela fica mais agitada e tenho a honra de não desgrudar dela nunca.
Enquanto isso.. se eu digo que ela está mechendo você tem que colocar a mão rapidamente na minha barriga para sentir algum movimento, antes que ela pare.

Sabe, quero logo que ela saia, cheia de saúde, para este mundo lindo. Que ela cresça, para que você se realize também, fazendo coisas que só pai faz.
Sua voz será inconfundível para ela. Sua figura de homem nunca sairá do inconsciente dela, e mesmo sem saber (diz a psicologia vulgar) ela vai procurar em todo homem o ideal de homem que você for para ela. Cuidadoso, protetor, brincalhão e digamos, até sem-noção.

Eu já vejo ela com os bracinhos estendidos na sua direção pedindo colo. Subindo nos seus sapatos para dançar com você. Levando banho de mangueira nos finais de semana.
É com você que ela vai aprender sobre futebol, Corinthians e o que é um impedimento. Os deveres da matemática, a tabuada do 7, a história do Brasil. É você quem vai fazer cara de mau para os meninos da rua que olharem para ela e ameaçar o namoradinho dela durante a sua primeira visita. Para depois chamá-lo para jogar vídeo-game e humilhá-lo no Winning Eleven.
Já vejo você brigando com ela na praia para não ir tão para o fundo. Já imagino suas recomendações sobre só pintar as unhas depois dos 12 anos e salto só depois dos 15. E depois acordando de madrugada para ir buscá-la nas festas. E fazendo mil recomendações no seu primeiro dia na faculdade.
Há tantas coisas e tantos espaços que só você pode ocupar como pai.
E 9 meses passa tão rápido que daqui a pouco ela própria já estará descobrindo que não existe felicidade que se compare à de ter seus próprios filhos. E nesse dia com certeza, nós seremos avós maravilhados e fascinados diante de uma nova vida.

Bom pensando bem, enquanto eu ainda posso, deixa ela aqui, quietinha dentro de mim."

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